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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

História da Química

Grande nome da química no Brasil - Simão Mathias



Químico brasileiro nascido em São Paulo, que construiu o 1º laboratório de físico-química no país e foi pioneiro no ensino da matéria. Desde pequeno, estudar era uma das coisas que mais gostava de fazer e queria ser astrônomo. Autodidata, falava francês e inglês e lia em alemão e seu sonho era estudar matemática, mas não pôde realizá-lo, pois seus pais, um casal de libaneses, achavam que ser matemático não era uma profissão definida. Pressionado por eles, ingressou na Escola Politécnica para estudar engenharia química, uma área próxima à matemática, porém logo no início, veio à crise (1929), e seu pai perdeu tudo. Ele teve de parar de estudar e ir trabalhar, enquanto o irmão mais velho completava a faculdade. 

 Durante a Revolução Constitucionalista (1932), os outros três irmãos mais velhos se apresentaram para ir para o front e ele teve de ficar em São Paulo. Terminado o movimento revolucionário, ingressou na faculdade no primeiro ano do curso de química, assim que a Universidade de São Paulo foi fundada, e dedicou sua vida a construir um projeto de universidade e foi um dos quatro alunos da primeira turma do curso de química da recém-inaugurada USP (1935) e foi também o primeiro doutor em ciências formado pela USP (1942). Foi fundamental para o desenvolvimento da USP, lutando para obter recursos para construir o primeiro laboratório de físico-química do país. Passou dois anos nos Estados Unidos, na Universidade de Wisconsin, onde fundamentou sua ideia de como ensinar físico-química. Ao voltar, propôs a construção do laboratório da USP, inicialmente criando uma pequena oficina mecânica e treinando um técnico vidreiro. Ele mesmo construiu os aparelhos e as células dielétricas e assim começou o ensino de físico-química em São Paulo. Como chefe do Departamento de Química (1960), organizou a centralização de todos os departamentos de química existentes na USP num único grande instituto. Fundou a Sociedade Brasileira de História da Ciência, publicou o livro Cem anos de química no Brasil e diversos artigos sobre a história da ciência e alguns de seus personagens. Foi também um dos responsáveis pela participação das ciências humanas na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC. Secretário geral da sociedade tornou-se presidente de honra ao deixar o cargo. No fim de sua carreira, pôde compartilhar seu interesse com estudantes, pois ao se aposentar compulsoriamente, ele foi convidado (1974) por Eurípedes Simões de Paula, da Faculdade de Filosofia, a integrar a disciplina História da Ciência. Sem deixar sua sala no bloco 4 do Instituto de Química, aceitou o convite, passando a fazer parte do grupo de história da ciência do Departamento de História da USP. Era um 25 de agosto, em São Paulo, na véspera de seu aniversário de 83 anos, foi encontrado morto em sua cadeira, com um livro aberto sobre o peito. Em homenagem àquele que foi seu idealizador (1977), a Sociedade Brasileira de Química passou a oferecer a Medalha Simão Mathias (1997) que é outorgada anualmente a personalidades de destaque no cenário científico nacional, entregue durante reunião anual da SBQ.

História da Química

Mulheres da Química!



Através de estudos sobre o progresso ciência, pode-se destacar algumas mulheres que trabalharam, desenvolveram pesquisas e/ou participaram ativamente na divulgação desta ciência, ajudando a estabelecê-la enquanto ciência moderna, tal como a conhecemos hoje.

 Mulheres importantes da química!


-Tapputi-Belatekallim, nascida em 1200 a.C, foi a primeira mulher de que se tem notícia a trabalhar com química na produção de perfumes. Não se tem, no entanto, muitas informações sobre sua biografia, contudo pode-se abstrair que ela atuava em um campo avançado da tecnologia química para a época, uma vez que a produção de cosméticos, fármacos e a metalurgia eram os ramos de conhecimento que se apresentavam como desafios de desenvolvimento.


-Maria, a Judia (Século I d.C.), inventora de diversos equipamentos e procedimentos dentre os quais podemos destacar o “banho maria”, ainda hoje ferramenta utilizada em todos os laboratórios. Ela teria descoberto o ácido clorídrico e, ainda, desenvolvido dois instrumentos de destilação (Dibikos e Tribikos) e um aparelho de sublimação.



-Jane Haldimand Marcet (1769-1858). Ela desenvolveu um papel importante no desenvolvimento da química enquanto ciência. O que foi possível graças a sua formação baseada em filosofia, astronomia, matemática, química, música e dança (FARIAS, 2005). Jane, logo ao se casar com o médico suíço Alexander Marcet, começou a escrever textos de divulgação científica. Dentre seus textos, destaca-se Conversations on Chemistry, onde a autora brilhantemente descreve aspectos da química em linguagem simples. Usando para tanto um diálogo onde três mulheres tomam parte: Mrs. B., Caroline e Emile. Sendo dentre elas, a primeira a mais experiente, e a responsável por explicar os fenômenos químicos às outras que a questionam. Nessa obra, o livro didático mais popular do século XIX (ROSENFELD, 2001), Jane Haldimand Marcet demonstra uma preocupação com a necessidade de vincular o ensino de química à atividade prática.


-Marie Anne Pierrette Paulze (1758-1836), esposa e auxiliar
de Lavosier. Traduzia para o marido e os intelectuais da época os artigos que eram publicados em inglês, sueco e latim, línguas nas quais era fluente. Além disso, ela foi responsável pela publicação de algumas deste importante químico obras após sua execução durante a Revolução Francesa. Muito provavelmente, sem a sua intervenção Lavosier teria tido maiores dificuldades para elaborar as teorias que o consagraram como “pai da química moderna”, dada sua dificuldade com línguas, notadamente o inglês. É importante lembrar que suas observações e hipóteses baseavam-se e se contrapunham a diversos autores ingleses, como Richard Kirwan, um dos maiores defensores da teoria do flogisto (EAGLE, 1998).


-Almira Lincoln Phelps (1793-1884), professora e autora de diversos livros didáticos, que apresentava em seus escritos um papel fundamental para a atividade prática dentro do ensino-aprendizagem da química. Além disso, demonstrava uma preocupação com as ilustrações em seus textos, pois compreendia
que em muitos casos os estudantes não teriam acesso a atividades práticas, necessitando, portanto de gravuras para apoiar a interpretação do texto científico.


-Marie Sklodowska Curie (1867-1934) foi à primeira mulher a obter o título de doutora em Física pela Sorbonne, a primeira professora de física desta Universidade, a única pessoa a receber dois prêmios Nobel em áreas distintas: um em Física no ano de 1903 (juntamente com seu marido Pierre Curie e Henry Becquerel), e outro em Química, 1911, pelas suas contribuições a essa ciência ao descobrir os elementos rádio e polônio. Enquanto ícone de cientista bem sucedida, dentro de um ambiente marcadamente masculino como era então o ambiente científico, representa o rompimento com a premissa de que as mulheres não podiam ascender ao conhecimento das ciências exatas e naturais. Seu papel chega a ser determinante até mesmo no futuro profissional de seu marido, que mesmo já possuindo pesquisas consolidadas em outras áreas migra para o estudo da radioatividade a partir dos avanços obtidos por Marie durante o desenvolvimento de sua tese (MARTINS, 2003).


-Irène Joliot-Curie (1897-1956), que também foi agraciada com seu esposo, Jean Frederic, terem sido os primeiros a sintetizarem isótopos radioativos. Irène possuiu desde cedo uma formação científica esmerada, tendo como professores, sua mãe e os amigos do casal Curie (FARIAS, 2005 b), proeminentes cientistas da época. Química de formação, Irène dedicou-se a estudar fenômenos subatômicos e de radioatividade, chegando a produzir o primeiro isótopo radioativo do fósforo.


Fonte de pesquisa: A HISTÓRIA DE SETE MULHERES NA QUÍMICA
NUNES, Albino Oliveira; SANTOS, Anne Gabriella Dias; SOUZA, Francisco das Chagas Silva; OLIVEIRA, Valéria Regina Carvalho 

História da Química

Alguns dos maiores Químicos da História

Os químicos que mais contribuíram com a humanidade. Suas descobertas foram decisivas para chegar-se ao conhecimento atual do que é química - que, somada as outras ciências, contribuem nas transformações e desenvolvimento da ciência.


A mudança da alquimia para a química moderna, a descoberta dos gases, da estrutura molecular, dos átomos. Confira abaixo quais foram os passos que colocaram seus nomes na história.


PARACELSO (1493- 1541)
O suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso, era um conhecedor multifacetado. Ele estudou e escreveu sobre medicina e química, mas também sobre misticismo e filosofia. Foram as suas contribuições que iniciaram o processo de transformação da alquimia em química moderna.
“Paracelso entendia a química como chave para a compreensão do universo”, explica o professor de história da ciência da USP Paulo Porto. E por isso sempre foi muito criticado. Quando jovem viajou pela Europa e Oriente Médio curando doentes. Mais tarde ganhou inimigos por todos os lados, quando, como professor, convidou o povo para uma aula aberta e queimou livros da medicina clássica em praça pública - um absurdo para a época.
O cientista conhecia muito bem a alquimia e por isso identificou problemas na ciência clássica. Foi pioneiro ao dar à medicina princípios de uma filosofia química. Pela primeira vez, utilizou-se de remédios químicos e compostos metálicos dos alquimistas para criar tratamentos para diversas doenças como, por exemplo, a quimioterapia (com enxofre, cobre e mercúrio). A observação da natureza fez que com ele entendesse que a análise em laboratório da matéria era forma de se obter conhecimento.


JAN BAPTIST VAN HELMONT (1579- 1644)
Além de químico e bioquímico, o belga Van Helmont também era médico e fisiologista. Assim como Paracelso, estudou a magia e a ciência tradicional, mas, diferente do seu anterior, valorizou muito mais o trabalho experimental e quantitativo do que a filosofia.
Rejeitou o que se conhecia anteriormente por elementos da matéria - Aristóteles definiu quatro (ar, terra, fogo e água) e, Paracelso, três (sal, enxofre e mercúrio). Para ele, a matéria constituía apenas de ar e a água. A partir daí, constatou que a fumaça de combustão não era similar ao ar e ao vapor de água, como se acreditava anteriormente.
Acabou nomeando essas fumaças de gás e passou a considerar a existência de gases no ar e nas reações químicas.  Investigou e classificou um grande número de gases, tais como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, entre outros, originados de águas termais, da queima de carvão, da fermentação e das erupções das minas.


ROBERT BOYLE (1627-1691)
Com formação tradicional, o inglês, filho de Conde, deixou a filosofia para se dedicar à experimentação, ao construir um laboratório na sua casa em Sailbridge. Em 1964, chegou a Oxford, aonde produziu a maioria de seus trabalhos, dedicando-se também à física. Dando continuidade aos estudos de Helmont, publicou sobre a dilatação dos gases em The Septical Chymist(1661), diferenciando pela primeira vez a alquimia da química, ao definir, ainda que vagamente, os modernos conceitos de átomo e molécula.
Ficou muito famoso também com a publicação de uma lista com 24 avanços científicos para a humanidade que aconteceriam futuramente. Ele previu, entre outros, submarinos, aviões, luz elétrica, modificação genética, transplantes de órgãos e a capacidade das cirurgias de prolongar a vida.


GEORG ERNST STAHL (1659-1734)
Médico e químico alemão, Stahl ficou conhecido principalmente pela criação da Teoria do Flogismo, publicada no livro "Os Fundamentos da Química". Baseando-se nos trabalhos de Johann Joachim Becher, ele chegou à conclusão de que quando um mineral ou metal fosse muito aquecido, ele entrava em combustão, liberava uma substância chamada de flogisto, sofria corrosão e perdia sua capacidade de combustão.
Com isso, o químico começava a explicar os diversos efeitos envolvidos da combustão, ainda que não de maneira completamente correta. Seu estudo foi extremamente importante para o entendimento de processos biológicos como a fermentação, respiração e putrefação.


ANTOINE LAVOISIER (1743-1794)
A famosa frase “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” é a definição do químico francês para sua teoria de conservação da matéria.
Ele descobriu que a combustão de uma matéria só acontece com o oxigênio (elemento que identificou e classificou), derrubando a teoria do alemão Stahl. Junto com Claude-Louis Berthollet, publicou o estudo "Método de Nomenclatura Química", propondo uma reforma na linguagem da química. Desvendou a composição química da água: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
Além disso, com o clássico “Tratado Elementar da Química”, separou definitivamente a química da alquimia. A sua mania de sempre pesar na balança tudo o que analisava levou-o a descobrir que a soma das massas dos reagentes é igual a massa do produto de uma reação e criar a Lei de Conservação das Massascriar a Lei de Conservação das Massas. 


JOHN DALTON (1766-1844)
Físico e químico inglês, criou da teoria atômica . Ficou conhecido também pela descoberta do daltonismo – anomalia da visão de cores-, doença que ele próprio tinha.
Com a publicação "Absorção de gases pela água e outros líquidos", estabeleceu o princípio básico de sua teoria: a pressão total de uma mistura de gases é igual à soma das pressões parciais dos gases que a constituem. A pressão parcial, aí, seria a pressão de cada gás individualmente.
Em seguida, com base nessa teoria, criou outra, a Teoria de Dalton, na qual constatou que os átomos de determinado elemento eram iguais e de peso invariável. Nessa época, ainda não se sabia a fórmula molecular dos elementos, mas ele também verificou que os átomos de diferentes elementos são diferentes entre si.


DIMITRI MENDELEEV (1834-1907)
O químico russo tinha uma personalidade muito forte, por isso só conseguia trabalhar sozinho. Criou um laboratório improvisado em seu apartamento, aonde fez descobertas importantes sobre estruturas atômicas, valência (capacidade de um átomo de se combinar com outros) e propriedades dos gases.
Quando ele descobriu que as propriedades dos átomos decorriam de sua massa, criou uma tabela com 63 quadrados, cada qual com o símbolo de um elemento, sua massa atômica e suas propriedades físicas e químicas; e foram agrupados em ordem crescende de suas massas. Era a primeira versão da tabela periódica. A classificação de Mendeleev tinha ainda espaços em branco, o que indica que ele previa a descoberta de novos elementos.
Os químicos dessa lista foram selecionados pela pesquisadora e professora Silvia Waisse. Além de editora da revista eletrônica Circumscribere: International Journal for the History of Science, Silvia faz parte de um grupo de docentes da PUC (Pontifícia Universidade Católica) que constituem o Centro Simão Mathias de estudos em História da Ciência (CEMISA).



Silvia também cita a importância de Simão Mathias para a química brasileira. Ele foi um dos fundadores do Instituto de Química da USP e a medalha de honra que a Sociedade Brasileira de Química confere anualmente é a “Medalha Simão Mathias”. Recentemente foi publicado o livro Centenário Simão Mathias: Documentos, Métodos e Identidade da História da Ciência e, em breve, outro será lançado: Simão Mathias - Cem Anos: Química e História da Química no início do Século XXI, com trabalhos de importantes historiadores da química atual e entrevistas com responsáveis pelo desenvolvimento da química no país.



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