Alguns dos maiores Químicos da História
Os químicos que mais contribuíram com a humanidade. Suas descobertas foram decisivas para chegar-se ao conhecimento atual do que é química - que, somada as outras ciências, contribuem nas transformações e desenvolvimento da ciência.
A mudança da alquimia para a química
moderna, a descoberta dos gases, da estrutura molecular, dos átomos. Confira
abaixo quais foram os passos que colocaram seus nomes na história.
PARACELSO
(1493- 1541)
O suíço
Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, mais conhecido como
Paracelso, era um conhecedor multifacetado. Ele estudou e escreveu sobre
medicina e química, mas também sobre misticismo e filosofia. Foram as suas
contribuições que iniciaram o processo de transformação da alquimia em química
moderna.
“Paracelso
entendia a química como chave para a compreensão do universo”, explica
o professor de história da ciência da USP Paulo Porto. E por isso sempre
foi muito criticado. Quando jovem viajou pela Europa e Oriente Médio curando
doentes. Mais tarde ganhou inimigos por todos os lados, quando, como professor,
convidou o povo para uma aula aberta e queimou livros da medicina clássica em
praça pública - um absurdo para a época.
O cientista
conhecia muito bem a alquimia e por isso identificou problemas na ciência
clássica. Foi pioneiro ao dar à medicina princípios de uma filosofia química.
Pela primeira vez, utilizou-se de remédios químicos e compostos metálicos dos
alquimistas para criar tratamentos para diversas doenças como, por exemplo, a
quimioterapia (com enxofre, cobre e mercúrio). A observação da natureza
fez que com ele entendesse que a análise em laboratório da matéria era forma de
se obter conhecimento.
JAN BAPTIST VAN HELMONT (1579- 1644)
Além de
químico e bioquímico, o belga Van Helmont também era médico e fisiologista.
Assim como Paracelso, estudou a magia e a ciência tradicional, mas, diferente
do seu anterior, valorizou muito mais o trabalho experimental e quantitativo do
que a filosofia.
Rejeitou o
que se conhecia anteriormente por elementos da matéria - Aristóteles definiu
quatro (ar, terra, fogo e água) e, Paracelso, três (sal, enxofre e mercúrio).
Para ele, a matéria constituía apenas de ar e a água. A partir daí, constatou
que a fumaça de combustão não era similar ao ar e ao vapor de água, como se
acreditava anteriormente.
Acabou
nomeando essas fumaças de gás e passou a considerar a existência de gases no ar
e nas reações químicas. Investigou e classificou um grande número de
gases, tais como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, entre
outros, originados de águas termais, da queima de carvão, da
fermentação e das erupções das minas.
ROBERT
BOYLE (1627-1691)
Com
formação tradicional, o inglês, filho de Conde, deixou a filosofia para se
dedicar à experimentação, ao construir um laboratório na sua casa em
Sailbridge. Em 1964, chegou a Oxford, aonde produziu a maioria de seus
trabalhos, dedicando-se também à física. Dando continuidade aos estudos de
Helmont, publicou sobre a dilatação dos gases em The Septical Chymist(1661),
diferenciando pela primeira vez a alquimia da química, ao definir, ainda que
vagamente, os modernos conceitos de átomo e molécula.
Ficou
muito famoso também com a publicação de uma lista com 24 avanços científicos
para a humanidade que aconteceriam futuramente. Ele previu, entre outros,
submarinos, aviões, luz elétrica, modificação genética, transplantes de órgãos
e a capacidade das cirurgias de prolongar a vida.
GEORG ERNST STAHL (1659-1734)
Médico e
químico alemão, Stahl ficou conhecido principalmente pela criação da Teoria do
Flogismo, publicada no livro "Os Fundamentos da Química". Baseando-se
nos trabalhos de Johann Joachim Becher, ele chegou à conclusão de que quando um
mineral ou metal fosse muito aquecido, ele entrava em combustão, liberava uma
substância chamada de flogisto, sofria corrosão e perdia sua capacidade de
combustão.
Com isso,
o químico começava a explicar os diversos efeitos envolvidos da combustão,
ainda que não de maneira completamente correta. Seu estudo
foi extremamente importante para o entendimento de processos biológicos
como a fermentação, respiração e putrefação.
ANTOINE
LAVOISIER (1743-1794)
A famosa
frase “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” é a
definição do químico francês para sua teoria de conservação da matéria.
Ele
descobriu que a combustão de uma matéria só acontece com o oxigênio (elemento
que identificou e classificou), derrubando a teoria do alemão Stahl. Junto com
Claude-Louis Berthollet, publicou o estudo "Método de Nomenclatura
Química", propondo uma reforma na linguagem da química.
Desvendou a composição química da água: dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio.
Além
disso, com o clássico “Tratado Elementar da Química”, separou definitivamente a
química da alquimia. A sua mania de sempre pesar na balança tudo o que
analisava levou-o a descobrir que a soma das massas dos reagentes é igual
a massa do produto de uma reação e criar a Lei de Conservação das
Massascriar a Lei de Conservação das Massas.
JOHN
DALTON (1766-1844)
Físico e
químico inglês, criou da teoria atômica . Ficou conhecido também pela
descoberta do daltonismo – anomalia da visão de cores-, doença que ele próprio
tinha.
Com a
publicação "Absorção de gases pela água e outros líquidos",
estabeleceu o princípio básico de sua teoria: a pressão total de uma mistura de
gases é igual à soma das pressões parciais dos gases que a constituem. A
pressão parcial, aí, seria a pressão de cada gás individualmente.
Em
seguida, com base nessa teoria, criou outra, a Teoria de Dalton, na qual
constatou que os átomos de determinado elemento eram iguais e de peso
invariável. Nessa época, ainda não se sabia a fórmula molecular dos elementos, mas
ele também verificou que os átomos de diferentes elementos são diferentes entre
si.
DIMITRI
MENDELEEV (1834-1907)
O químico
russo tinha uma personalidade muito forte, por isso só conseguia trabalhar
sozinho. Criou um laboratório improvisado em seu apartamento, aonde fez
descobertas importantes sobre estruturas atômicas, valência (capacidade de um
átomo de se combinar com outros) e propriedades dos gases.
Quando ele
descobriu que as propriedades dos átomos decorriam de sua massa, criou uma
tabela com 63 quadrados, cada qual com o símbolo de um elemento, sua massa
atômica e suas propriedades físicas e químicas; e foram agrupados em ordem
crescende de suas massas. Era a primeira versão da tabela periódica. A
classificação de Mendeleev tinha ainda espaços em branco, o que indica que ele
previa a descoberta de novos elementos.
Os químicos dessa lista foram
selecionados pela pesquisadora e professora Silvia Waisse. Além de editora da
revista eletrônica Circumscribere:
International Journal for the History of Science, Silvia faz parte de um grupo
de docentes da PUC (Pontifícia Universidade Católica) que constituem o Centro Simão Mathias de estudos em História da Ciência (CEMISA).
Silvia também cita a importância de
Simão Mathias para a química brasileira. Ele foi um dos fundadores do Instituto
de Química da USP e a medalha de honra que a Sociedade Brasileira de Química
confere anualmente é a “Medalha Simão Mathias”. Recentemente foi publicado o
livro Centenário Simão Mathias: Documentos, Métodos e Identidade da
História da Ciência e, em breve, outro será lançado: Simão
Mathias - Cem Anos: Química e História da Química no início do Século XXI,
com trabalhos de importantes historiadores da química atual e entrevistas com
responsáveis pelo desenvolvimento da química no país.
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